quarta-feira, 27 de setembro de 2006

hoje 27 de setembro de 2006, 21:36min. estou sozinho em casa, acabei de chegar da casa de ipanema. meu dia começou bakana, tive ensaio com os meninos da cia (digo, rubens e amaury), depois almocei com João e Ipanema...rs fui pra minha segunda casa, me diverti bastante e dormi. falei com minha mãe e soube do falecimento de 3 pessoas que conhecia, o fato de viver numa cidade pequena, vc acaba se envolvendo involuntariamente com as pessoas, e a perda delas é sentida. Agora à noite uma certa angustia me corroe, não sei o pq exatamente, talvez por ser meu aniversário daqui a algumas horas, isso é muito estranho, tenho tudo pra estar feliz, mas algo incomoda. talvez esteja me cobrando algo desconhecido ainda.
Há muito que peço ao universo um presente, e recebi sem me dar conta, foi uma das melhores coisas que me aconteceram nos ultimos meses, incrivel que ontem fiz um mes de presenteado, isso é muito legal. Conviver com as diferenças pra mim ainda é um mistério.

domingo, 12 de março de 2006

‘Brokeback’ é um filme sobre heróis machosEu não queria ver o filme “Segredo de Brokeback Mountain”. Não queria. Ver filme de viados , eu? (Escrevo viado porque, como disse Millôr, quem escreve “veado” é viado ). Muito bem; eu resistia à ideia, mais ou menos como o Larry David (o roteirista de “Seinfeld”) disse, num artigo engraçadíssimo, que tinha medo de virar gay se ficasse emocionado. O viado sempre encarnou a ambigüidade de nossos sentimentos. Claro que, hoje, os civilizados todos dizem que “tudo bem, que são contra a homofobia” e todo o bullshit costumeiro. Eu mesmo já fiz filmes em que viados são protagonistas, em que o ator principal escolhe o homosexualismo no final (“Toda nudez será castigada”), já filmei travesti em “Eu te amo” e em “Eu sei que vou te amar”, além da biba louca do “O casamento”, em que o grande ator André Valli dá um show inesquecível. Em todos os meus filmes há uma boneca ativa e digna. E, no entanto, eu não queria ver o tal filme do Ang Lee, apelidado pelos machistas finos de “Chapada dos Viadeiros”. Minhas razões eram mais discretas, intelectuais: “Ah... porque o Ang Lee é um cineasta mediano, ah... porque será mais um filme politicamente correto, onde o amor de dois caubóis é justificado romanticamente... Vou fazer o que no cinema? Ver mais um panfletinho que ensina que os gays devem ser compreendidos em seu ”desvio“? Não. Não vou”, pensei. Aliás, eu sou do tempo em que os viados apanhavam na cara em plena rua. Havia pouquíssimos gays declarados no Brasil. No Rio, havia o Murilinho... cantor de fox em boates, havia o Clovis Bornay e poucos outros... O viado passava na rua sob os rosnados dos boçais prontos para lhes tirar sangue. E, no anonimato, enxameavam os pobres “pederastas”, de terno e gravata, pais de família se esgueirando nas esquinas, nas noites escuras, em busca de satisfação.


Mais tarde, com o tempo, surgiram as “bichas loucas”, que se assumiam com um toque de autoflagelação, de autoderrisão, caricaturas da mãe odiada e amada, que berravam e desfilavam nos carnavais num freje humorístico, que até hoje alimenta nossos shows na TV. A “bicha” virou uma personagem clássica do humor, como os palhaços e os bacalhaus de circo. E tudo bem... são engraçados mesmo. Depois, com os direitos civis dos anos 60, surgiu a gay power , com homossexuais fortes e de bigode, malhados, cheios de orgulho. A viadagem virou um poder político importante, claro, mas até meio sério demais, aspirando a uma “normalidade” que contrariava sua “missão” trangressiva que tanto nos acalmava. Como disse Paulo Francis um dia, sacaneando-os: “Se esses caras querem todos os direitos e deveres dos caretas como nós, qual é então a vantagem de ser viado ?” Em suma, por mais que “aceitemos” os gays, eles sempre foram uma fonte de angústia, pois atrapalham nosso sossego, nossa identidade “clara”. O gay é duplo, é dois, o viado tem algo de centauro, de ameaçador para a unicidade do desejo. A bicha louca ou o travesti, a biba doida ou o perobo , o boy , o puto, a santa, a tia, a paca, todos eles nos tranqüilizavam com suas caricaturas auto-excludentes. Já o gay sério inquieta. O gay banqueiro, o gay de terno, o gay forte, o gay caubói são muito próximos de nos, a diferença fica mínima.

Por isso, eu não queria ver o tal filme dos caubóis. Como? Caubói de mãos dadas, dando beijos românticos, com tristes rostos diante do impossível? Não. Eu, não. Mas, aí, por falta de programa, “distraidamente”... (aí, hein, santa?...) fui ver o filme. E meu susto foi bem outro. O filme não me pedia aprovação alguma para o homossexualismo, o filme não demandava minha solidariedade. Não. Trata-se de um filme sobre o império profundo do desejo e não uma narração simpática de um amor “desviante”. O filmes se impõe assustadoramente. Os dois caubóis jovens e fortes se amam com um tesão incontido e são tomados por uma paixão que poucas vezes vi num filme, hetero ou não. Foi preciso um chinês culto para fazer isso. Americano não agüentava. Nem europeu, que ia ficar filosofando. “Brokeback” é imperioso, realista, sem frescuras. Eu fiquei chocado dentro do cinema, quando os dois começam a transar subitamente, se beijando na boca com a fome ancestral vinda do fundo do corpo. O filme não demandava a minha compreensão. Eu é que tinha de pedir compreensão aos autores do filme, eu é que tive de me adaptar à enorme coragem da história, do Ang Lee. Eu é que precisava de apoio dentro do cinema, flagrado, ali, desamparado no meu machismo “tolerante”.


Eu é que era o careta, eu é que era o viado no cinema, e eles, os machos corajosos, se desejando não como pederastas passivos ou ativos, mas como dois homens sólidos, belos e corajosos, entre os quais um desejo milenar explodiu. Não há no filme nada de gay, no sentido alegre, ou paródico ou humorístico do termo. Ninguém está ali para curtir uma boa perversão. Não. Trata-se de um filme de violento e poderoso amor. É dos mais emocionantes relatos de uma profunda entrega entre dois seres, homos ou heteros. Acaba em tragédia, claro, mas não são “vítimas da sociedade”. Não. Viveram acima de nós todos porque viveram um amor corajosíssimo e profundo. Há qualquer coisa de épico na história, muito mais que romântica. Há um heroísmo épico, grego, como entre Aquiles e Pátroclo na “Ilíada”, algo desse nível. O filme não é importante pela forma, linguagem ou coisas assim. Não. Ele é muito bom por ser uma reflexão sobre a fome que nos move para os outros, sobre a pulsação pura de uma animalidade dominante, que há muito tempo não vemos no cinema e na literatura, nesses tempos de sexo de mercado e de amorezinhos narcisistas. Merece os Oscars que ganhou. Este filme amplia a visão sobre nossa sexualidade.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Domingo acordei ainda bêbado do sábado. Lá pelas 16h fui com DIÚ para a passeata HARI C., que chegou ao FAROL DA BARRA umas 19h, fui com MONE, LINDA, e uma garota meia boca, para CREPERIA, isso eram 20h, imagine aí uma TEQUILA adentrando organismos em jejum... Daí já sabia que a coisa não ia ser muito bonitinha. Seguimos para o shopping barra, onde estava o carro de MONE, no caminho birinights surgiram!!! Ela nos levou para a boca do rio.
Fui com DIÚ, para o ORIGINALIS, HAL tava lá nos esperando e curtiu a noite com a gente, o lugar é meia boca, muita gente feia (nada contra), mas meu processo era outro nessa noite, Na verdade as pessoas presentes iam ficando bonitas, era uma coisa incrível, a cada garrafa de cerveja e dozes de conhaque que eu ingeria, as pessoas mais belas ficavam. Coisa de louco. Só dei-me conta que estava na OFF, quando vi o palco e o show acontecendo, saímos de um lugar para o outro sem que eu me desse conta, tava doido. Aí começou a bagaceira, amigos... Não foram menos que oito bocas, e doze telefones trocados. Deixa pra lá.
Saí acompanhado, um ladrão apareceu com um caco de vidro na mão querendo furar alguém, eu até abracei o malandro e conversei com o mesmo pedindo que deixasse pra lá, não sei de onde tirei coragem, ou melhor, sei sim, das tequilas, cervejas, cubas e conhaques.


SEGUNDA FEIRA 13.02.2006
Não terei ordem pra contar como foram meus dias de verão na Bahia.
Acordei nem lembro que horas, até porque a memória não está em perfeito estado. Lembro-me apenas de ter passado todo o dia em casa com Diú, ainda de ressaca do domingo. Passamos o dia na cama conversando sobre o fds. Por volta das 19h chegou um amigo nosso, enquanto eles ficaram na sala de conversa, entrei no processo de arrumação para ida ao CORTEJO AFRO, que teria participação de TONI GARRIDO. Chegando lá encontramos Sil na porta e entramos, o ambiente estava de todo interessante, muita gente bonita. Começamos tomando tímidas caipiroskas de umbu e siriguela. Fui ficando louco com o passar do tempo, tendo ingerido umas quatro roskas e oito cervejas. Encontrei Faeles com uma amiga (a qual beijei muito), cheguei ao ponto de beijos coletivos com direito a cervejas jogadas pelas cabeças, deixando os corpos e rostos embriagados pelas cervas que em seguida eram lambidas pelos colegas ali presentes, pessoas olhavam, umas com olhares pedintes, outros pareciam incomodados com a ousadia que nos possuía. Até bilhetinhos recebi, um entregue direto pelo remetente e outro pelo correio: Diú.
O show teve a participação de um cantor angolano maravilhoso, o kra arrasou na dança, no swing, no carisma, na energia, etc. Na seqüência teve Jussara Silveira, que me emocionou muito, e Toni Garrido (prefiro não falar nada). TUDO DE BOM!!!
Louco fui para a casa de UK, cheguei lá muito doido, tomei banho e tomei um café quente e forte, deitei para dormir do jeitinho que eu precisava, bjs e carícias, acordei cedo para um banho... e voltei a dormir após UK ir ao trampo. Levantei ao meio dia e fui para home. Uma terça-feira de ressaca com direito a litros de água, sono e alimentação saudável. Melhor descansar pq a quarta-feira terá show de MOSKA no tca na cia de UK e DIÚ.

sábado, 7 de janeiro de 2006

QUE NÃO DEVERIA SE CHAMAR AMOR!!!
O amor que eu te tenho é um afeto tão novo Que não deveria se chamar amor De tão irreconhecível, tão desconhecido Que não deveria se chamar amor Poderia se chamar nuvem Pois muda de formato a cada instante Poderia se chamar tempo Porque parece um filme que nunca assisti antes Poderia se chamar labirinto Pois sinto que não conseguirei escapulir Poderia se chamar aurora Pois vejo um novo dia que está por vir Poderia se chamar abismo Pois é certo que ele não tem fim Poderia se chamar horizonte Que parece linha reta, mas sei que não é assim Poderia se chamar primeiro beijo Porque não lembro mais do meu passado Poderia se chamar último adeus Que meu antigo futuro foi abandonado Poderia se chamar universo Porque nunca o entenderei por inteiro Poderia se chamar palavra louca Que na verdade quer dizer aventureiro Poderia se chamar silêncio Porque minha dor é calada e meu desejo é mudo E poderia simplesmente não se chamar Para não significar nada e dar sentido a tudo

(Moska)


MUITO POUCO.
ProntoAgora que voltou tudo ao normalTalvez você consiga ser menos reiE um pouco mais realEsqueçaAs horas nunca andam para trásTodo dia é dia de aprender um poucoDo muito que a vida trás.Mas muito pra mim é tão poucoE pouco é um pouco demaisViver tá me deixando loucaNão sei mais do que sou capazGritando pra não ficar roucaEm guerra lutando por pazMuito pra mim é tão poucoE pouco eu não quero (mais)Chega!Não me condene pelo seu penarPesos e medidas não servemPra ninguém nos compararPor queEu não pertenço ao mesmo lugarEm que você se afunda tão rasoNão dá nem pra tentar te salvar...vejaA qualidade está inferiorE não é a quantidade que fazA estrutura de um grande amorSimplesmente sejaO que você julgar ser o melhorMas lembre-se que tudo que começa com muitoPode acabar muito pior
(Moska)


SETE DE JANEIRO.
Pra onde segue minha nau?
Minha lucidez segue o ar
Algo falta
Viver é estar livre numa prisão
Somos uma escada sem principio
A dor se cala.
O desespero me invade
Minha essência vive
Tenho minhas raízes

Não posso falar.
Foi bom, eu quis.
À vontade é de chorar
Infarto meu peito
Você sabe como é.
Poderei voltar se você quiser.
E eu sou o gato.
Pega no meu pelo.
Me dá banho de lambida
A vida arranha.


UM NEGRO.
Sou um negro de cor
E quero meu irmão da minha cor
O que te peço
É luta sim
E vale lutar
Antes que a luta chegue ao fim
Um negro abandonou a luta
E isso me fez pensar no fracasso
Fracasso que eu não quero
Um negro de verdade luta com sangue!

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