Acabei de assistir ao PROVOCAÇÕES (TVE) com ABUJAMRA, o entrevistado foi o ombudsman da tv cultura; Ernesto Rodrigues, que é jornalista e professor da PUC-Rio. Trabalhou na Rede Globo, entre 1986 e 1999, onde desempenhou diversas funções, entre elas, chefe de redação da Globo-SP e da sucursal de Londres. Foi repórter e editor do Globo, Jornal do Brasil, IstoÉ e Veja. O programa abordou assuntos que discutimos hoje em audiovisual, fiquei curioso pra saber: Onde andam os ombudsmen das demais emissoras abertas?
Eles levantaram questões sobre as classes menos favorecidas que ficam com a "carne de segunda", enquanto a classe média se delicia com a tv por assinatura. O diferencial da Tv Cultura entre as emissoras brasileiras está na semelhança com a BBC-Londres, pois ambas pensam no telespectador, enquanto as outras pensam no investimento de empresas privadas (a quem interessa a programação), ainda que descumprindo leis de âmbito regional e cultural onde deveríamos nos reconhecer enquanto povos de um mesmo país através de programas informativos, regionais, culturais, etc... até agora estou pensando em tudo que foi discutido em aula, expiro e finalizo o desabafo!
Princípios de um Ombudsman
A missão do ombudsman da TV Cultura é a de garantir, do ponto de vista do telespectador, o cumprimento dos estatutos da Fundação Padre Anchieta. O conceito básico da atuação do ombudsman também é o mesmo: a defesa e o aprimoramento integral do homem, tendo em vista sua capacitação para o pleno exercício da cidadania.No cumprimento de sua missão, o ombudsman defende uma programação de televisão aberta que tenha qualidade, diversidade e integridade cultural e editorial.
Princípios
O ombudsman da TV Cultura, em sua missão de avaliar os conteúdos transmitidos pela emissora, leva em conta os seguintes parâmetros:
Relevância para o exercício da cidadania
Importância cultural e artística
Credibilidade e interesse público das informações
Equilíbrio e independência jornalística
Potencial de entretenimento
Utilidade comunitária
Virtuosismo técnico
Adequação dos formatos à linguagem de televisão aberta
Atuação
O ombudsman é, acima de tudo, um representante institucional do telespectador da TV. A base conceitual de sua representação está nos princípios, compromissos e responsabilidades contidas e expressas no estatuto, no que se refere à missão e aos objetivos fundamentais de uma emissora. O ombudsman é também um instrumento independente, efetivo e de credibilidade na consolidação da transparência e da interatividade nas relações entre a TV Cultura e os telespectadores em geral. O exercício prático e visível da função do ombudsman, como representante independente do telespectador no âmbito editorial e de conteúdo de uma TV, se dá através da publicação de análises e críticas regulares baseadas no compromisso intrínseco dessa representação. O ombudsman também atua como árbitro independente diante de observações, comentários, queixas e elogios dos telespectadores, sem que esta atuação elimine ou substitua os canais já existentes entre o público e os responsáveis pelos conteúdos da emissora. A opinião pública, os telespectadores e o corpo funcional da TV Cultura têm acesso ao conteúdo do trabalho do ombudsman através de uma coluna semanal independente no site da emissora e também da sua participação na programação, neste caso com freqüência, formato, tempo e horário definidos em comum acordo com a direção da emissora. A responsabilidade total e final pelo conteúdo da coluna e da inserção na programação é o ombudsman, ficando para a emissora apenas a sua viabilização operacional. O ombudsman também faz relatórios internos que não serão necessariamente destinados ao público, por envolverem questões mais técnicas que, de acordo com seu critério, não fazem parte do universo de interesse do telespectador. O primeiro contato do ombudsman com o conteúdo a ser analisado se dá necessariamente em condições idênticas as do telespectador, ou seja, quando a programação vai ao ar. O ombudsman não trabalha no mesmo ambiente físico em que trabalham as equipes responsáveis pelo conteúdo da TV Cultura. O ombudsman não participa da formulação de programas e nem de reuniões regulares da emissora relativas a decisões sobre conteúdo. Eventualmente, o ombudsman pode participar, preferencialmente como ouvinte, de encontros informais não-deliberativos da equipe durante os quais pode, também, falar sobre o seu papel na emissora. O ombudsman, como o telespectador que ele representa, não discute ou leva em consideração questões como administração de recursos humanos e tecnológicos, problemas de ordem funcional, orçamento e condições de produção de conteúdo da emissora. O ombudsman recebe e avalia as demandas encaminhadas à equipe de atendimento ao telespectador, tendo autonomia total para hierarquizar e selecionar os assuntos, respondendo a essas demandas sempre de forma pública, através da coluna e da programação, e encaminhando as demandas não respondidas aos responsáveis por cada programa.
Contrato
O ombudsman atua sob contrato de dois anos com a TV Cultura, renovável ao final do primeiro ano, se este for o desejo das partes. O contrato assegura que a atuação do ombudsman não seja submetida a qualquer tipo de interferência ou supervisão por parte do comando editorial, de conteúdo e administrativo da TV Cultura. Uma cláusula do contrato garante que a atuação do ombudsman seja livre de qualquer censura, retaliação ou ameaça de rescisão contratual devido ao seu conteúdo. O contrato garante que o ombudsman tem direito de investigar denúncias, queixas e pleitos apresentados pelos telespectadores, respondendo a eles através da coluna e dentro da programação da emissora. Para que a missão do ombudsman seja cumprida, uma cláusula do contrato garante a ele, além da interlocução direta, efetiva e cotidiana com a direção máxima da TV Cultura, um fluxo hábil, contínuo e regular de respostas às suas demandas e aos seus pedidos de informação.
